24.2.05
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos
21.2.05
Escritor Hunter S. Thompson se suicida nos EUA
Hunter S. Thompson, 67 anos, o escritor que ficou conhecido por inventar uma forma de jornalismo ficcional em livros como Medo e Delírio em Las Vegas se suicidou com um tiro na noite deste domingo, em sua casa na região de Aspen, nos EUA, segundo seu filho.
Thompson é considerado um pioneiro do Novo Jornalismo - ou como ele costumava chamar, do "jornalismo gonzo" - em que o escritor faz de si mesmo um personagem essencial á história. Muito de seu trabalho inicial apareceu na revista Rolling Stone.
"A ficção é baseada na realidade, a não ser que você seja um artista de contos de fada", disse Thompson em 2003. "Você tem que conseguir seu conhecimento da vida em algum lugar. Você tem que conhecer o material sobre o qual está escrevendo antes de alterá-lo".
Leia esta notícia no original em:Terra - Diversão http://diversao.terra.com.br/interna/0,,OI475339-EI3615,00.html
18.2.05
Many years from now
Will you still be sending me a Valentine
Birthday greetings, bottle of wine
If I'd been out till quarter to three
Would you still lock the door
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four
You'll be older too
And if you say the word
I could stay with you
I could be handy, mending a fuse
When your lights have gone
You can knit a sweater by the fireside
Sunday morning, go for a ride
Doing the garden, digging the weeds
Who could ask for more
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four
Every summer we can rent a cottage
In the Isle of Wright, if it's not too dear
We shall scrimp and save
Grandchildren on your knee
Vera, Chuck & Dave
Send me a postcard, drop me a line
Stating point of view
Indicate precisely what you mean to say
Yours sincerely, wasting away
Give me your answer, fill in a form
Mine for evermore
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four
musiquinha dos beatles que ando ouvindo muito.
trecho extraído do livro "O Clube dos Anjos" de LFV
Dominando os caminhos de acesso ao ouro e ao amor, o Destino funciona não como o Deus bíblico ou os deuses mitológicos, mas como um poderoso senhor que nada pede em troca. Basta-se. E, ao bastar-se, exerce o poder de forma arbitrária, insensível à prece, à moral, a qualquer interesse consciente ou inconsciente.
Cony
17.2.05
Como se algo estivesse perfeito. Eu insisto no perfeito, era assim: pouco antes da perfeição se cumprir. Perfeito, preparado para acontecer e, de repente, não acontecesse. Não acontece. E logo depois, quando você ainda nem entendeu direito o que aconteceu, ou o que não aconteceu, ou porque deveria ter ou não ter acontecido, vem alguém de repente e te dá um soco no estômago. E a mão que daqui a pouco você tinha certeza que ia estar cheia, pronto!, está vazia de novo.
(...)
- Entendeu? É bem simples. É medonho, porque não pára nunca de acontecer. A mão que daqui a pouco ia estar cheia, pronto!, está vazia de novo.”
(Abreu, Caio Fernando. Estranhos Estrangeiros. SP, Cia. Das Letras, 1996. pp. 59-60)
para Renata e Suzana.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que lí
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.
15.2.05
corte a batata em cubos (+-600g), reserve. Numa panela quente com uma colher de óleo frite uma colher de sobremesa de mostarda (as bolinhas). Espere a mostarda estourar como pipoca e abaixe o fogo. Acrescente outra colher de sobremesa de açafrão, mexa. Junte as batatas, um copo de água, sal à gosto e deixe cozinhar. Sirva numa travessa preta que fica lindo.
(um dos meus pratos favoritos.)
14.2.05
(O dono da livraria que eu freqüentava aqui passou no concurso da Polícia Civil e fechou as portas. Me disse que "No Rio segurança é mais necessária que cultura." Me entristece a lógica burra.)
Comprei um livro sobre mitologia nórdica. Só pra ler O Anel dos Nibelungos, que o meu alemão inscipiente nunca conseguiu atravessar a primeira linha.
3.2.05
2.2.05
C.D.A.
1.2.05
porque eu não me perdõo.