29.3.07

As minhas saudades enraizadas não poderiam me levar a outro lugar. Ai, Ouro Preto, Ouro Preto, e assim me foste revelado: tantas vezes te perder para tantas vezes te ganhar.
A parede da Teresa, enfeitada de Pessoa.

4.2.07

Me dê noticia de você
Eu gosto um pouco de chorar
A gente quase não se vê
Me deu vontade de lembrar

Me leve um pouco com você
Eu gosto de qualquer lugar
A gente pode se entender
E não saber o que falar

Seria um acontecimento
Mas lógico que você some
No dia em que o seu pensamento
Me chamou

Eu chamo o seu apartamento
Não mora ninguém com esse nome
Que linda a cantiga do vento
Já passou

A gente quase não se vê
Eu só queria me lembrar
Me dê noticia de você
Me deu vontade de voltar

Chico

28.1.07

lindo!

Angela estava aqui e foi comigo buscar A. no restaurante. No caminho, conversando e rindo, passamos por uma livraria e olhei pra dentro. O riso sobrado da bobagem dita encarou Lulu Santos. Fiquei com vergonha, parecia que ria pra ele.

Lembrei da M.

Fora esse momento esforço busca-marido, passei o fim de semana estatelada, pincei o ciático e outras coisas da idade.

18.1.07


então, é hoje. estréio como colunista da Revista Paradoxo

quinta sim, quinta não, vou estar com novo endereço.

visitem, comentem. critiquem. mostrem pros amigos. :-)

ah, o nome da coluna é embornal. quer saber por que? então vai .

P.S.: aproveito para agradecer ao meu marido, à Angela, ao Julio, ao Mark e à Marina W.

15.1.07

Dona Doida

Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso

com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.

Quando se pôde abrir as janelas,

as poças tremiam com os últimos pingos.

Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,

decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.

Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,

trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.

A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,

com sombrinha infantil e coxas à mostra.

Meus filhos me repudiaram envergonhados,

meu marido ficou triste até a morte,

eu fiquei doida no encalço.

Só melhoro quando chove.

Adélia Prado