11.10.02

Posso estar me repetindo, mas o momento em que olho pra uma cidade e ela ja nao me eh mais um labirinto de ruas sem identidade, e aquela esquina com uma pedra na calcada que me fez tropecar da primeira vez nao me engana nesta - mas nao adianta, tropeco de novo - e o homem do restaurante do outro lado me da um olhar de sorriso e finge olhar no relogio, e eu presto mais atencao porque sei que carro que vem de la nao pode me ver, esses pequenos milagres bolhas de sabao fazem com que a cidade estranha passe a ser minha tambem.

E assim de peregrina das vias me torno senhora dos pavimentos, deusa das esquinas, rainha dos caminhos. E me coroo no marmore vermelho egipcio, que sendo o mais raro de todos conheco varios de seus enderecos.