3.5.02

Carpe diem
Hoje entrei na Escola de Farm�cia na hora das sombras. O pr�dio estava quase vazio e dava pra escutar com muita clareza as vozes dos fantasmas. O ranger das escadas servia de compasso pro coral de murm�rios. Corri pro IFAC.

Um dia desses, sem nada pra fazer (=com um monte de coisas pra fazer mas procurando desculpa pra n�o ter que) eu revi Sociedade dos Poetas Mortos. N�o sei o porqu�, mas tinha um certo preconceito com esse filme e s� vi porque tinha em casa uma c�pia Clube Folha. (Neste momento, caro leitor, te d� um clique e voc� percebe o meu empenho pra fugir da lida.)

O filme come�a com o professor (ah, lembrei o porqu� da birra com o filme: Robin Williams) levando os alunos pra um tour pela sala da escola onde ficam os quadros com as fotos das turmas antigas. Ele pede pra todo mundo se aproximar bem das fotos e escutar o que elas diziam: carpe diem. A mensagem positivista na boca dos fantasmas nos faz ver que corremos o risco de n�o aproveitarmos o momento e virarmos retrato amarelado.

Quem j� teve a oportunidade de visitar a Escola de Farm�cia de Ouro Preto viu que aquela sala do filme � a Escola toda. Em toda e qualquer parede tem o quadro de uma turma, de um ex-diretor (por falar nisso o quadro que mais gosto � um que tem no Sal�o Nobre, de um diretor clone do Super Mario). Rebobinando: tudo naquele lugar grita para que transformemos nossa vida na melhor coisa que podemos fazer. Que sejamos felizes antes de sermos retratos. Fazer seus alunos pensar livremente! Simplesmente isso � o que provoca em n�s a simpatia pelo professor Keating. Isso induzia a ra�a e a vontade para realizar os sonhos em seus alunos.

Minha pergunta: se os fantasmas gritam, por que � que ningu�m escuta?

P.S.:Relendo isso aqui agora, me pareceu t�o chato como o tio Robin. E mais brega. Um dia conseguirei escrever sobre isso do jeito que eu sinto.