5.5.05


Por falar em anjos

Era começo de outono em Paris e isso não tornava os parisienses mais simpáticos. Perguntei no meu francês possível onde, afinal, ficava a Gare de Lyon. O primeiro me apontou a direita. O segundo me apontou a esquerda. Não perguntei um terceiro.

(A França em pouquíssimo tempo me ensinou a não confiar nos transeuntes.)

Sentei num banquinho perto da Praça da Bastilha sem me conformar. Não queria mais a França. Disse num pensamento que me pareceu um grito: não saio daqui. Que venham as respostas.

E aquele velhinho de chapéu, terno xadrez e gravata em diferentes padronagens, saído de filmes franceses, sentou do meu lado, me contou sobre a Primeira Guerra e riu da antipatia dos franceses. Me falou das maravilhas da comunicação, de como o mundo fosse melhor se todo mundo falasse a mesma língua. Nasceu em Paris e morreria em Paris. Mas falava inglês e esperanto, para garantir. E já que você vai pra Avignon, a Gare de Lyon é pra lá. E me apontou o centro.

(o post é quase repetido. mas eu só achei a foto - que confesso, tirei pra saber se ele era de verdade - há pouco tempo.)