isso não é ficção II
Era começo de outono em Paris e isso não tornava os parisienses mais simpáticos. Perguntei no meu francês possível onde, afinal, ficava a Gare de Lyon. O primeiro me apontou a direita. O segundo me apontou a esquerda. Não perguntei um terceiro.
(A França em pouquíssimo tempo me ensinou a não confiar nos transeuntes.)
Sentei num banquinho perto da Praça da Bastilha sem me conformar. Não queria mais a França. Disse num pensamento que me pareceu um grito: não saio daqui. Que venham as respostas.
E aquele velhinho de boina cinza, terno xadrez e cachecol marrom, saído de filmes franceses, sentou do meu lado, me contou sobre a Primeira Guerra e riu da antipatia dos franceses. Nasceu em Paris e morreria em Paris. E já que você vai pra Avignon, a Gare de Lyon é pra lá. E me apontou o centro.
Faço duas orações.