mem�ria de cotidiano
- Acordada ainda, filha?
J� tinha revisitado os livros da estante da sala. Nesta casa eu era a dama dos livros e os que pude carreguei comigo. �s vezes me arrependo e por isso nunca levo o Cyrano de Bergerac que acaba sempre servindo de descanso pra copo ao lado da cama. Quando eu morava aqui meu pai sempre vinha desligar a televis�o. �s tr�s da manh�. Eu fingia dormir tentando fechar os olhos assim que a porta se abria, mas nunca o enganava, "sua boba, seu olho brilha no escuro".
- Perdi o sono.
- Onde?
- Bobo. (Pensei nos monstros atr�s do arm�rio. Certas coisas nunca mudam.)