4.2.03

TRIBUNA DA IMPRENSA, 2 de julho de 1962

"Vi�va Melo Viana: foi Edna quem matou a amante de Fernando" - "A vi�va do senador Melo Viana, Clotilde Melo Viana, adiantou ontem para a imprensa de Belo Horizonte o resumo do depoimento que prestar� hoje na Delegacia de Pol�cia de Ouro Preto: "Eu vi Edna, claramente, atirar contra Lurdes Calmon. Tudo se passou rapidamente, por�m, jamais me esquecerei daquela cena triste". Edna Poni Melo Viana, ex-mulher do engenheiro Melo Viana, freq�entava a alta sociedade de Belo Horizonte e, ultimamente, acionava o marido, exigindo Cr$ 500 mil por m�s de pens�o".

Edna Poni, com ajuda de sua irm� que segurou a v�tima pelos ombros, assassinou a amante de seu marido, Lurdes Calmon em um hotel de Ouro Preto. Era 1962 e ningu�m acreditava no que ouvia. Uma dama da sociedade mineira, rica e de fam�lia influente empunhando uma arma e atirando � vista de todos? Pra receber t�o ilustre figura a cadeia de Ouro Preto foi reformada. As implica��es pol�ticas desse caso � que foram relevantes, mas acabaram esquecidas. O julgamento das irm�s Poni ocorreu em 1964 (no CAEM em Ouro Preto) e seu advogado foi Pedro Aleixo, jurista. Em Bras�lia ocorria o golpe militar que se aproveitava da ausencia do presidente Jo�o Goulart. O vice tamb�m estava distante, atuando como advogado de defesa num caso em Minas Gerais. Seu nome era Pedro Aleixo.

P.S.: As irm�s Poni foram condenadas e cumpriram pena na penitenci�ria de Ouro Preto.

como uma coisa leva a outra

Pesquisando o cado das irm�s Poni n�o achei muito sobre o assunto n�o. Mas mudei de assunto muitas vezes...

"Entrei para o jornalismo para desmentir uma not�cia. Fazia parte de um grupo de arqueologia no Col�gio Anchieta, em Belo Horizonte, que desenterrou um cr�nio de 10 mil anos numa gruta de Lagoa Santa, em 1962/63. Era uma descoberta importante: mudava um pouco a nossa hist�ria pr�-colombiana. Mas o rep�rter do �ltima Hora que foi nos entrevistar acrescentou alguns zeros. Fomos manchete, com nosso cr�nio promovido a 1 milh�o de anos. Agora, mud�vamos a hist�ria do mundo! As ag�ncias de not�cia ligavam para o col�gio em busca de detalhes. Fui escolhido para ir ao UH desmentir a not�cia. Cheguei ao balc�o da reda��o, numa sobreloja sobre a Pra�a Sete, no centro da cidade, com uma frase feita: "Exijo a verdade a bem da ci�ncia". Levaram-me ao Jos� Wainer. E ele me pediu que sentasse na reda��o e escrevesse o desmentido. Sentei-me ao lado de Alberico Souza Cruz. Nunca mais sa� de jornal. J� no dia seguinte era rep�rter de pol�cia." Mois�s Rabinovici