25.2.03

Deselogio � pressa

Era estr�ia de Am�lia no antigo cinema de Ouro Preto. A A. era f� da Ana Carolina, �ela � um g�nio, fant�stica, bl�, bl�, e veio lan�ar o filme.

(Quer�amos criar um festival de cinema em Ouro Preto, o Carlos Bracher apoiava, o Eduardo Tr�pia empolgou, Juan Pedro Gutierrez fumava e escutava. Come�ar�amos a experi�ncia aos poucos. A Denise Fraga j� tinha ido apresentar e conversar o Por tr�s do pano.)

O cinema, antigo, velho, com pan�s em trapos e bel�ssima decora��o Art Noveau. O som soltava uns pipocos de vez em quando, seu Ad�o tinha uma cole��o invej�vel de cartazes de filmes antigos, e eu o visitava na sala de proje��o, sonhando Cinema Paradiso. O pr�dio lotava aos domingos, estudantes com sacos de pipoca trazidos de casa - o pipoqueiro morreu h� vinte anos e ningu�m o substituiu � e t�nhamos que chegar cedo pra n�o pegar fila grande na padaria pra comprar refrigerantes.

As rep�blicas tinham seu lugar estabelecido, a Serigy no gargarejo, a Penitenci�ria quase na entrada, a Pulgat�rio no meio. Assist�amos a qualquer coisa. P�nico no Lago? Vale pela tradi��o de ir ao cinema aos domingos.

Ent�o veio Ana Carolina e Am�lia, que n�o entenderam que Roma n�o se fez num dia, e o cinema est� fechado �em reformas� h� dois anos. As reformas s� come�aram um m�s atr�s.

(A Ana Carolina se levantou no meio da exibi��o, pediu pra parar tudo porque n�o admitia que seu filme fosse prejudicado por um som ruim. Como se um som melhor melhorasse aquilo.)

Ent�o fico pensando num filme sobre Greg�rio de Matos feito por ela e com participa��o de Wally Salom�o. N�o vou. Protesto. N�o vou admitir que a minha intelig�ncia seja insultada por um filme t�o ruim.