30.1.03

ox�moro



Minha irm�zinha, deve estar um friozinho a�, n�o? N�o me despedi e fico triste de pensar. Recebeu minha cartinha? Ontem escutei os Saltimbancos no r�dio, e copiei a letra a� embaixo. Lembrei de voc� cantando e mexendo os bra�os como Caetano (vamos comer Caetano...). Pensei em como a gente � liter�ria e fica assim, confirmando profecias. Nossa irm� vai bem, conversei com ela ontem ao telefone. Mais liter�ria que a gente, casmurra. E o B�? Ao Bernardo Caetano d� um abra�o forte, de encostar as barrigas e apertar as costelas. E pra voc�, todo o meu pote de doce de leite pastoso Vi�osa.

Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia fil�-mignon
Ou mesmo um bom fil�... de gato
Me diziam em casa, n�o tome vento
Mas � duro ficar na sua
Quando � luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite v�o cantando assim

N�s, gatos, j� nascemos pobres
Por�m, j� nascemos livress
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, n�o reconhecer�s

De manh� eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem fil� e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
� no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

N�s, gatos, j� nascemos pobres
Por�m, j� nascemos livress
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, n�o reconhecer�s